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Parte I
Parte II

De acordo com Bauman (1999: 85), o processo de globalização rompeu todas as fronteiras naturais existentes no mundo e criou, nos seres humanos, uma necessidade de movimento muito grande, um desejo de não ficar parados, nem no tempo, nem no espaço, mesmo estando parados. Na mesma esteira, Petrella nos diz que “a globalização arrasta a economia para a produção do efêmero, do volátil e do precário”. Conciliando as duas idéias, chegamos à seguinte equação: o desejo de movimento, aliado à oferta de efemeridades, é igual a uma reação em cadeia de consumos de todos os tipos de mercadorias – e, conforme Marx, há mais de um século e meio, tudo se transforma em mercadoria .

Ora, pois, em um mundo de produção e consumo acelerados, é claro, existirá a necessidade de veículos também velozes que possibilitem (ou induzam) seu escoamento, sempre com vistas a um novo ciclo de produção e consumo desmesurados; cumprindo tal papel, surge a mídia (panfletos, outdoors, rádio, televisão, internet – nessa ordem cronológica).

Mas a mídia não vende só mercadoria, pois, junto de tais mercadorias, são vendidos as idéias e o modo de vida da classe que detém o poder da máquina produtora. Sendo assim, compramos e pagamos caro por o que nos vendem: ideologia – um modo de ver o mundo que não condiz necessariamente com a verdade , pois, conforme Fiorin (2005), “no modo de produção capitalista, a aparência é vista como realidade”. Em nossa leitura, deixar isso claro, é a grande preocupação do poema, pois o conjunto das idéias (ideologia) de que estão impregnados todos os programas, meios e formas de divulgação conduz a audiência a viver em um mundo que não é o seu.

Ainda de acordo com Bauman , o mundo se divide em dois: o dos países ricos, que estão prontos a receber a globalização, a exemplo de muitos países europeus; e o dos países nos quais a maioria das pessoas não possui os recursos necessários à aquisição dos bens oferecidos. Percebemos, então, que não é à toa que o poema traz o verso é a livre iniciativa, igualdade aos desiguais (verso 21).

Tratando “democraticamente” todas as pessoas, lançando a todos na moda do consumo , a mídia irá alcançar, também, inclusive, ou principalmente, os que não possuem condições de adquirir os bens tão bem ofertados (através de anúncios luminosos, vídeos, mídia, moda e do conjunto de leis – as de direito e as de pacto social, às quais são conferidos todos os possíveis modos de julgamentos)(Continua...)"

CONHEÇA O BLOG DE EDSON SANTANA AQUI!

8 Comentario para COLUNA ALTERNATIVA: "O PERAMBULAR DE UM FANTASMA: A DESIGUALDADE" por Edson Santana (Parte III)

22 de abril de 2008 às 14:39

Um trabalho com grandes referências: Marx, Bauman, Fiorin, etc. Muito bom!

(Bruno /Pleyades)

Anônimo
23 de abril de 2008 às 15:07

POSTEM MEU COMENTARIO**

Na minha opiniao a GLOBALIZACAO é positiva. De nada adianta dividir o mundo em dois (paises ricos e paises) como se a unica diferença fosse essa (rico X pobre). O que tem q ser verificado é; como que paises ricos se tornaram ricos e desenvolvidos? Ricos de cultura e de educaçao, (respeitam o sinal de transito e suas leis e mais um monte de coisas) ricos nao somente financeiramente, ricos de historias, por terem vencidos a muitas adversidades, seja ela a guerra ou clima, pois nao europa o clima é frio e nao existem extensoes de terras agricultaveis igual ao Brasil, ricos de memoria, pois eles reconhecem os seus herois, aqueles que ajudaram a colocar o pais/naçao num caminho certo de desenvolvimento etc. A GLOBALIZACAO nao é nada mais q o proximo passo de uma naçao q veio se organizando, crescendo, se desenvolvendo, produzindo, lutando, as vezes ate guerreando, para poder alcançar uma paz social justa para as pessoas deste lugar, ex. europa. lembram o q era a europa antiga?

E seguindo essa linha de raciocinio eu pergunto a todos;
O q o Brasil hj faz pra se tornar rico?

*Distribuir cesta básica? Como forma de amenizar a renda per capita?

*Cartao familia? ou Voto de cabresto p/ um povo ignorante?

*Passar a mao na cabeça dos corruptos politicos, ladroes?

*Indices de educaçao q perdem para o Paraguai, e ganham do HAITI ?

*O maior imposto do planeta, e o maior disperdicio de dinheiro publico do universo.

*O maior juro do mundo, para controlar a inflaçao, freiando os investimentos privados e encolhendo os novos postos de trabalhaos, enquanto nos paises desenvolvidos eles baixam os juros como forma de fazer a naçao consumir e assim re-aquecer a economia.

BRASIL QUAL É A TUA CARA ?

Sou formado em Economia e atuo na area!

23 de abril de 2008 às 19:26

Ok, Sr. Anônimo. Vamos discutir:
1 - Globalização é positiva para quem e sob quais aspectos? Não vejo vantagens culturais e nem econômicas para os habitantes do “dito” terceiro mundo. Ora, há mais de dois séculos nossa cultura (falando enquanto latino-americano ou afrodescendente) foi marginalizada para o título de “exótica”. Não faz nem muito tempo, inclusive, que a Europa dizia que os povos africanos não eram dignos de história e que nem tinha, sequer, história. Quantos e quantos romances, obras filosóficas, serviram para desqualificar àquelas civilizações aversas ao capitalismo? O capitalismo não é um modelo ideal de civilização, é mantido na base da força e propaganda. Economicamente falando, é um disparate dizer que todos podem ser felizes dentro desse modelo de sociedade chamado capitalismo! Este, por natureza, sempre se manterá por hierarquia, verticalismo, desproporção de renda e de padrões de vida. Não se trata de dividir o mundo entre ricos X pobres, mas de identificar as grandes “tecnologias de poder” e seus aparelhos discursivos que sempre atuarão para manter determinada ordem e uma determinada casta de privilegiados.

2 – A Globalização é um processo que se constrói desde a revolução industrial inglesa e revolução francesa. De lá para cá teve vários elementos que potencializaram a “exportação” de um modelo de sociedade para o restante do globo terrestre, destaco o período pós-segunda guerra mundial. Em cada período (de 1789 para cá) teve uma configuração diferente. Portanto, falar de globalização, como se estivéssemos saindo da revolução francesa, é ANACRÔNICO! Primeiro, que não existe o “suposto progresso histórico”, no qual a sociedade caminharia sempre para um modelo “ideal”. Segundo, por que a globalização que se reivindica hoje, não são os ideais liberais do século XVIII, são os interesses econômicos das grandes coorporações, tão sujos e tendenciosos quanto todo o discurso LIBERAL! A Europa antiga está em outra temporalidade e em uma lógica social totalmente distinta! Dizer que a globalização é a maior maravilha do mundo é negar praticamente todo o SÉCULO XX!

(Bruno/Pleyades)

23 de abril de 2008 às 19:35

3 – Se almejamos uma sociedade justa, a questão que devemos formular não é que tipo de comportamento é o ideal para nossos políticos. Esse debate já está vencido. Nunca existiu e nunca existirá um “iluminado” que descerá do céu e acabará com a corrupção, da mesma forma que não existe um tipo de Estado “centralizado” ideal (Não me venha dizer que na Europa existem modelos ideais, pois anualmente o número de ativistas anti-estadistas quase que duplicam – ex. Black Bloc!). A questão que deve ser debatida já não nem mesmo, como podemos “melhorar” a situação e termos “esperança” de dias melhores...(aff quanta melação!).A questão é, como devemos ROMPER com esse modelo de sociedade? Como devemos virar essa página? Como devemos pensar outros modelos de sociedade?

23 de abril de 2008 às 19:54

Enfim, colocar toda a humanidade nesse jogo do "progresso econômico" com o pretexto de conforto, é uma guerra perdida! É como o "Mito de Sísifo": Sísifo, condenado pelos deuses a empurrar uma pedra até o topo da montanha, toda vez que chegava no topo, a pedra rolava montanha abaixo e novamente ele teria de empurrá-la, e assim sucessivamente...

No tocante a postagem no blog, sugiro que tu encaminhe um email se identificando, pois não postamos textos de anônimos. Na verdade o objetivo desse blog é divulgar unicamente os artístas, essas fotos que acompanham as matérias são decorativas, e em alguns casos, acompanham o conteúdo do texto (como o caso dessa postagem).

Obs. O texto do Edson Santana foi aprovado em reunião. TOdas as semanas eu posto um trecho de algum capítulo. É uma monografia acadêmica, aprovada no programa de mestrado do Instituto de Letras da UFMT. Se possível, dê uma olhada nos outros trechos postados.

Abraços, espero ter contribuído no debate!
Bruno/Pleyades

Anônimo
23 de abril de 2008 às 20:38

Antes da minha replica, caso seja aceita queria escrever algo!

1) Fui totalmente neutro em minha opiniao, visando apenas contruibuir com o texto esposto aki (GLOBALIZAÇAO). Nao proferi ataques de nenhum conteudo, e em nenhum tipo de "volume" pessoal!

2) Creio q as mensagens aki postadas passam por umna previa analise, ou seja se qualquer ANONIMO, ou qualquer fake escrever porcarias aki, terao seu post censurado. ENTAO.

3) Eu me considero um ARTISTA, pois consegui fazer uma faculdade num pais onde educaçao e visto pelos governantes como coisa de luxo, e nao como base para um solido desenvolvimento. Me sentirei censurado se nao puder debater aki, assuntos q sao importantes, mesmo q pra isso tenha q inventar um fake, ja q meu objetivo é, discutir um assunto q tenho conhecimento, e poder tb assim dessa forma contribuir com minha experiencia nessa area.

23 de abril de 2008 às 23:47

Esclarecimento: de qual censura você está falando Sr. Anônimo?

Deixa eu ver se entendi, você quer que postemos seu texto no blog sem sabermos ao menos quem é você?ehhehehehe

*Bruno/Pleyades

30 de abril de 2008 às 15:18

VOLTEI.
Seu top 1)
Como vce disse la acima: "O capitalismo não é um modelo ideal de civilização, é mantido na base da força e propaganda. Economicamente falando, é um disparate dizer que todos podem ser felizes dentro desse modelo de sociedade chamado capitalismo

*PERGUNTO*: Se capitalismo nao é o modelo ideial, qual melhor modelo seria? Akele de uma Uniao Sovietica, falida? Onde os comandantes, uma casta previlegiada e impositora a ferro e fogo comiam caviar, e seus comandados o (povao) comiam pao com batatas.

Seu top 2)
Concordo com vce q a GLOBALIZAÇAO nasceu la atras, qdo as naçoes mais organizadas e desenvolvidas, cansadas de guerras e atrocidades, perceberam q a melhor guerra para o futuro seria, a "guerra economica". Seria CÔMICO,ALIENADO e ATRASADO, alguem hj querer, re-veindicar os interesses liberais do século XVIII. Negar isso é nao entender q o SEC XXI chegou e as ideias mudaram.

Seu top 3)(suas palavras
"como devemos ROMPER com esse modelo de sociedade? Como devemos virar essa página? Como devemos pensar outros modelos de sociedade"

Simples; EDUCAÇAO E CULTURA.Um povo educado, nao elegera LULAS da vida, acreditando em contos de ROBBBIN HOOD. Com educacao, a mao de obra (povo) qualificada estara mais apta ao desenvolvimento de produtos com tecnologias agregadas, ou seja valorizaçao de mao de obra e valor de seus produtos. Ex. Alemanha/Japao, foram destruidas e vencidas n 2º guerra, e o olha a potencia q sao hj. Observe a mao de obra qualificada desse povo hj, olhe o valor agregado dos produtos desses paises, q nos ANALFABETOS temos q consumir. Se alguem discordar do trecho acima, entao pegue o seu celular e jogue-o no lixo, pegue seu MP3, wi-fone, computador etc. E volte a viver no sec XV em pleno sec XXI. GLOBALIZAÇAO ECONOMICA É ISSO, alguem mais capaz que voce, produz e desenvolve algo que lhe trara mais conforto. Como nao vivemos em um ambinete de ESCAMBO, a troca se da atraves de MOEDA, DINHEIRO.

BOM, espero ter contribuido. E digo q o sistema CAPITALISTA, realmente nao é o melhor, mas como nao existe outro vou lutando todos os dias para vencer e ser o melhor.
"MELHOR UMA NA MAO, QUE 2 NO SUTIÃ"

prof.shumpeter@gmail.com

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