Posted by Maximiliano Merege Categories: Marcadores: , , ,

Eis que finalmente temos um review sobre uma das situações mais polêmicas da história do rock, o filme "The Great Rock'n'Roll Swindle".
A história em questão gira em torno de como Malcolm MacLaren "inventou" os Sex Pistols e, por que não, como tudo desmoronou; pois em cerca de dez mandamentos devidamente ilustrados, ele explica passo a passo como fazer dinheiro do caos, já que um "lucro sujo não é nenhuma novidade", conforme diz a letra que dá título ao filme.
Contudo, por mais que ele se diga "o inventor" do punk, é bom lembrarmos que ele apenas o inventou dentro da cultura mainstream, como uma forma de se obter um boa receita para a Sex, uma botique temática que tinha com sua então esposa, a estilísta Vivien Eastwood. Ademais, o punk britânico há muito já fervilhava pelos subúrbios com bandas como Hollywood Brats, The Jam, Cock Sparrer e The Stranglers.
Feito pelo cineasta Julien Temple, o filme soa mais como uma série de alfinetadas de Malcolm MacLaren no vocalista John Lydon - a quem demitira da banda no começo de 78, que nos créditos ddo filme aparece como "O Colaborador" - do que um filme de rock propriamente. É claro que existem inúmeros momentos divertidos e que sua trilha é um dos mais maiores clássicos do gênero, pois além dos Sex Pistols em si, podemos ouvir pérolas do TenPole Tudor (banda do conde Edward Tudor Pole, sobre quem ainda falaremos por aqui), o próprio MacLaren, o famoso ladrão Ronald Biggs direto do Brasil e por aí segue... Rola também uma série de desenhos animados pra lá de toscos que ilustram a trajetória da banda, com a pretensão de chocar ( isso, para 30 anos atrás!).
Lançado em 1979/80, o filme "the Great Rock'n'Roll Swindle" conta com um final "extendido" pela aparição das inúmeras notícias de jornal acerca da morte do baixista Sid Vicious, um talento promissor vitimado por sua própria vaidade aos 21 anos de idade.
Duas décadas mais tarde, entre o final de 1999 e o começo de 2000, é chegada a vez dos remanescentes da banda darem o troco no empresário...
Desta vez o filme "The Filth And the Fury" ( o Lixo e a Fúria ), feito pelo mesmo Julien Temple, trata da visão dos próprios Sex Pistols a respeito de tudo o que envolveu a "grande farsa do rock'n'roll". Desde o antes até o depois, passando por um durante marcado por excertos do filme de 79 em si, cenas dos bastidores e cenas inéditas. John Lydon, Steve Jones, Paul Cook e Glenn Matlock, não pouparam "elogios" ao seu antigo empresário. Todos os integrantes, já na casa dos 45, aparecem com seus rostos escondidos pela escuridão.
Realista, "The Filth And the Fury" mostra não apenas uma banda "forjada", mas uma turma de garotos que apesar de não morrerem de amores uns pelos outros, canalizavam suas energias para algo maior, tocando muito punk rock! O que fazia todo o sentido, ainda mais em uma Inglaterra em petição de miséria, onde gente deslumbrada fingia que tudo estava bem, mesmo vivendo em cidades entupidas de lixo pelas ruas (os garis faziam uma greve atrás da outra).
Ao mesmo tempo em que tudo é posto em pratos limpos, muitas máscaras também caem e eis que a tônica de tudo é dada por John Lydon, logo no final de seu último show à frente da banda, em 78, quando perguntou para a platéia: "Vocês já tiveram a sensação de estarem sendo enganados?"; certamente foi nesse instante que Malcolm MacLaren teve o insight e vislumbrou sua grande chance de formalizar seu golpe e dissertar acerca de uma "farsa de rock", ainda que por meio de um filme. Entretanto, ele nunca podia imaginar que aqueles até então ingênuos meninos do subúrbio pudessem lhe retribuir a "gentileza", mesmo que para tanto precisassem amadurecer uns vinte anos.




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Artigo originalmente publicado no Jornal Folha do Estado, Cuiabá-MT, domingo, 17/10/2010.








4 Comentario para OS DOIS LADOS DE UMA FARSA DO ROCK

Anônimo
17 de outubro de 2010 às 20:10
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
18 de outubro de 2010 às 16:36

É o seguinte, meu povo...

Primeiro, muito obrigado por lerem e curtirem as coisas que eu escrevo! Não sei se mereço tanto.
Outra, fiquei bem chateado com o que eu li aqui nos comments sobre A Folha do Estado. É bom lembrar que se tem um meio de comunicação que apoia o rock por Cuiabá, este é o jornal Folha do Estado, que inclusive libera a reprise de matérias aqui neste site! Eu mesmo tenho muito orgulho de escrever lá e me sinto muito honrado pela confiança da minha editora, a Lidiane, e por ela ter apostado no meu trabalho.
Todo mundo aqui sabe que eu não curto o Macaco Bong e nem tampouco topo com idéias do C*bo. Mas qual é, meus caros?! Eles tem tanto direito de aparecer lá quanto qualquer banda daqui que tenha trabalho próprio (ou que ao menos se esmere em tocar coisas boas). O espaço é livre para quem tem o que dizer! E tem mais, seria uma ótima pararem com essas baixarias de um ficar xingando e caluniando o outro, e tentarem fazer alguma coisa, pois nossa Cuiabá ainda está muito carente de uma cultura roqueira de fato.

Um abraço a todos.

Max.

19 de outubro de 2010 às 02:23

Concordo com vc Maximiliano... tomara que isso acabe logo... dá vontade de ir embora daqui

Abraço a todos.....

Anônimo
19 de outubro de 2010 às 09:04

ESSE SOM É DOIDO!!!!!!!!!!!!!!!

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