O PROGRESSIVO INDUSTRIAL DO GOBLIN



Quem me conhece sabe que eu não sou de engolir qualquer coisa e também do quanto adoro achincalhar o rock burocrático e muitas das coisas mordeninhas também. Quando eu falo em rock burocrático, refiro-me principalmente ao rock progressivo, uma corrente pós-hippie que ganhou notoriedade na década de 70 graças às suas canções longas e maçantes, com o intuito pretensamente sinfônico, esbanjando técnica e acabando com o tesão de se curtir a música propriamente.
Bem, acontece que para toda regra existem uma ou mais exceções, e este é o caso da banda italiana Goblin.
Apenas para se situar um pouco na história, pela Europa de então, além de tantos outros estilos, ocorriam duas vertentes distintas da chamada pós-psicodelia: o progressivo inglês, marcado por bandas como Pink Floyd, Yes, EL&P etc; e o krautrock alemão, que contava com nomes da envergadura de Can, Tangerine Dream, Faust, Neu! e, é claro, Kraftwerk. Enquanto o lado inglês aludia a florestas encantadas, fadinhas, gnomos, cogumelos e toda essa bagunça bichogrilo, o alemão pautava-se principalmente na crítica à industrialização das cidades e às dimensões tecnocráticas que cada vez mais automatizavam o homem, ou seja, pautava-se em algo muito mais fundamentado que uma simples fuga alienada de tudo.
Assim como a inglesa Hawkwind (por onde passou Lemmy Kilminster) e a brasileira Módulo1000, Goblin foi um dos poucos nomes do progressivo a flertar fortemente com o krautrock alemão. Sua música não era bonitinha e nem tampouco feita para agradar grandes massas, mas ao menos passava seu recado com uma propriedade que poucos de seus contemporâneos e colegas de cena conseguiam.
Fundada por um brasileiro, o tecladista Claudio Simonetti, a banda contou em seus primeiros anos com os músicos: Massimo Morante (guitarras, vocais), Fabio Pignatelli (baixo e violões) e Walter Martino (bateria). Começou sob os nomes de Oliver e Cherry Five, até que no final de 1974 adotaram o nome Goblin, a princípio como um "moniker" (pseudônimo) para a banda Cherry Five gravar a trilha do filme "Prelúdio Para Matar" de Dario Argento. Trabalharam com músicos renomados como Giorgio Gaslini e Fabio Frizzi. A idéia pegou tão bem que, além de manterem o nome Goblin, mantiveram também uma grande parceria com Dario Argento, musicando muitos de seus filmes a partir de então.
Entre 1978 e 2000 a banda passou por inúmeras formações, parou por algumas vezes de usar o nome Goblin, mas com seus integrantes sempre trabalhando juntos em inúmeros outros projetos.
A exceção de Claudio Simonetti, reuniram-se em 2009 com sua "formação clássica" mais os tecladistas Aidan Zammit e Maurizio Guarini para diversos shows pela Europa. No último dia 23 de outubro, a banda se reuniu com o Simonetti para uma apresentação no Unsound Festival, na cidade polaca de Cracóvia. Dizem as boas línguas que até a metade de 2011 eles vêm ao Brasil. É esperar para ver e ouvir...
Um grande abraço a todos e até a próxima.

Profondo rosso


Suspiria


na TV Italiana


ZOMBI (Industrial remix)

Comentários

Anônimo disse…
SOM DOIDO DA PORRA!!!!!!!!!!!!!
R von F disse…
tenho alguns discos do Goblin aqui, mais uma coletanea de trilhas sonoras de filmes italianos só com goblin.... se tiver algo me manda ai max,por favor.. sou viciado neles....
Bruno Rodrigues disse…
Massa o som! Não conhecia! Mais uma pra lisa de bandas que O Max apresentou!

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