THE NEDERBEAT, o Rock de Tamancos
Certa vez, há mais de um ano atrás publicamos aqui uma matéria especial sobre o indo-rock, e por incontáveis vezes o famoso país das Terras Baixas foi citado por aqui.
Pois bem, hoje esta coluna volta novamente suas atenções para a Holanda já que, bem ou mal, o rock daquela área é uma constante em nossas vidas, haja vista sua influência em boa parte das coisas que curtimos, seja na música do eterno Nirvana, seja em algum filme do Tarantino.
RECAPITULANDO...
O rock holandês nasceu de fato graças aos jovens de origem indonésia que, à sua maneira, combinavam o kratchang (um tipo de música regional indo-malaia) com o blues norte-americano de que eram fãs e muita surf music instrumental, para fazerem um tipo visceral de rock que só seria (re)descoberto pelo mundo nos tempos da internet e do youtube (vide o caso dos video-clipes dos Tielman Brothers).
THE NEDERBEAT
É claro que por lá existiam bravos rockeiros como Peter Koelewijn e as Melody Sisters, que faziam rockabilly em holandês, mas foram mesmo os bravos indonésios que literalmente fizeram o rock incendiar por aqueles prados. Já na metade dos 60, como a cena indo rock ia se enfraquecendo, as bandas passavam a ceder o talento de seus músicos para uma cena que então surgia, a Nederbeat, cujo epicentro se deu na cidade de Den Hague, de onde aliás, emergira a maior parte das bandas de indo-rock. No entanto, o grande difusor de toda esta cultura alternativa foi a radio Veronica, um rádio offshore que funcionava a partir de um barco ancorado há várias milhas da costa holandesa, e que rodava tudo o que as rádios legalizadas do continente não rodavam.
Dos nomes que mais se destacaram nesta cena, alguns nos são até bem conhecidos. A saber...
OUTSIDERS
Liderada pelo cantor Wally Tax, foi primeira banda da cena a alcançar alguma projeção fora dos Países Baixos. Emplacaram clássicos como Lying all the time, Keep on trying e Touch. Reuniram-se em 1997, após vinte e sete anos. Por diversas vezes, Kurt Cobain tentou encontrar-se com seu ídolo Wally Tax, mas por conta das agendas de ambos, isso nunca se concretizou. Tax morreu em 2005.
Q65
Figurinha fácil em todas as coletâneas de rock holandês, o Q65 ganhou notoriedade por seu som rápido, cru, preciso e extremamente bem trabalhado. Reunem-se frequentemente para tocar nos mais diversos lugares da holanda. Destaque especial para as músicas "The Victor", "I Despise You", "The Life I Live" e "Ann". São amados e respeitados pelas mais diversas correntes sonoras da Holanda, desde os irmãos Van Hallen até os psychobilly do Batmobille e dos Cenobites, passando pelo punk dos Bambix.
GOLDEN EARRINGS
Esta foi a primeira banda a emplacar nas paradas da Inglaterra e dos Estados Unidos, e continua na ativa até os dias de hoje. Começaram com o single "Please, Go" em '65, e sucederam com "That", "Dong Dong Diki Digi Dong" e outras tantas. Nos anos '70, "Radar Love" tornou-se o seu carro chefe.
SHOCKING BLUE
Certamente a mais lembrada da bandas da cena. Iniciaram como um quarteto masculino e gravaram apenas um disco nesta formação. Em seguida, após recrutarem a cigana Mariska Veres como sua crooner, a carreira da banda deslanchou! "Venus", "Send Me A Postcard", "Waterloo" e "Love Buzz" (a mesma que o Nirvana regravou) são apenas alguns de seus inúmeros hits. Infelizmente, em 2006, Mariska Veres passou para o outro lado, mas legou sua influência a tantas outras cantoras que o rock haveria de produzir nos anos seguintes.
GEORGE BAKER SELECTION
Quem assistiu o filme "Cães de Aluguel", de Quentin Tarantino, certamente se lembrará da música de abertura em que todos os personagens eram apresentados. Era "Little Green Bag", cantada por Johannes Bouwens, ou simplesmente George Baker, que também emplacou no começo dos '70 pérolas kitch do sunshine pop como "Una Paloma Blanca" e "Fly Away Little Paraguayo".
THE HUNTERS
Eis a banda onde o guitarrista Jan Akkerman (Focus) começou suas atividades. Aliás, alguém se lembra que ele já veio tocar em Cuiabá?! É uma pena que a divulgação pífia e a curadoria precária das bandas para abertura de seu show, tenham contribuído para seu esquecimento entre nós. Uma lástima, já que se trata de história viva do rock.
Outros nomes que também não poderíamos deixar de citar são: The Motions, Ro-d-ys, Bumble Bees, The Shoes, Les Baroques e Cuby & the Blizzards, entre tantos outros grandes; mas que por conta do espaço de hoje, ainda aparecerão em uma outra edição da coluna do Max.
Por hoje é isso, caríssimos. Semana que vem tem mais. Um grande abraço a todos e até lá!
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Artigo originalmente publicado no Jornal Folha do Estado, Cuiabá-MT, domingo, 09/05/2010.
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THE OUTSIDERS- Lying All the Time
Q65 - The Life I Live
Golden Earrings - Daddy, Buy Me A Girl
George Baker Selection - Little Green Bag
The Hunters - The Russian Spy and I
Shocking Blue
Pois bem, hoje esta coluna volta novamente suas atenções para a Holanda já que, bem ou mal, o rock daquela área é uma constante em nossas vidas, haja vista sua influência em boa parte das coisas que curtimos, seja na música do eterno Nirvana, seja em algum filme do Tarantino.
RECAPITULANDO...
O rock holandês nasceu de fato graças aos jovens de origem indonésia que, à sua maneira, combinavam o kratchang (um tipo de música regional indo-malaia) com o blues norte-americano de que eram fãs e muita surf music instrumental, para fazerem um tipo visceral de rock que só seria (re)descoberto pelo mundo nos tempos da internet e do youtube (vide o caso dos video-clipes dos Tielman Brothers).
THE NEDERBEAT
É claro que por lá existiam bravos rockeiros como Peter Koelewijn e as Melody Sisters, que faziam rockabilly em holandês, mas foram mesmo os bravos indonésios que literalmente fizeram o rock incendiar por aqueles prados. Já na metade dos 60, como a cena indo rock ia se enfraquecendo, as bandas passavam a ceder o talento de seus músicos para uma cena que então surgia, a Nederbeat, cujo epicentro se deu na cidade de Den Hague, de onde aliás, emergira a maior parte das bandas de indo-rock. No entanto, o grande difusor de toda esta cultura alternativa foi a radio Veronica, um rádio offshore que funcionava a partir de um barco ancorado há várias milhas da costa holandesa, e que rodava tudo o que as rádios legalizadas do continente não rodavam.
Dos nomes que mais se destacaram nesta cena, alguns nos são até bem conhecidos. A saber...
OUTSIDERS
Liderada pelo cantor Wally Tax, foi primeira banda da cena a alcançar alguma projeção fora dos Países Baixos. Emplacaram clássicos como Lying all the time, Keep on trying e Touch. Reuniram-se em 1997, após vinte e sete anos. Por diversas vezes, Kurt Cobain tentou encontrar-se com seu ídolo Wally Tax, mas por conta das agendas de ambos, isso nunca se concretizou. Tax morreu em 2005.
Q65
Figurinha fácil em todas as coletâneas de rock holandês, o Q65 ganhou notoriedade por seu som rápido, cru, preciso e extremamente bem trabalhado. Reunem-se frequentemente para tocar nos mais diversos lugares da holanda. Destaque especial para as músicas "The Victor", "I Despise You", "The Life I Live" e "Ann". São amados e respeitados pelas mais diversas correntes sonoras da Holanda, desde os irmãos Van Hallen até os psychobilly do Batmobille e dos Cenobites, passando pelo punk dos Bambix.
GOLDEN EARRINGS
Esta foi a primeira banda a emplacar nas paradas da Inglaterra e dos Estados Unidos, e continua na ativa até os dias de hoje. Começaram com o single "Please, Go" em '65, e sucederam com "That", "Dong Dong Diki Digi Dong" e outras tantas. Nos anos '70, "Radar Love" tornou-se o seu carro chefe.
SHOCKING BLUE
Certamente a mais lembrada da bandas da cena. Iniciaram como um quarteto masculino e gravaram apenas um disco nesta formação. Em seguida, após recrutarem a cigana Mariska Veres como sua crooner, a carreira da banda deslanchou! "Venus", "Send Me A Postcard", "Waterloo" e "Love Buzz" (a mesma que o Nirvana regravou) são apenas alguns de seus inúmeros hits. Infelizmente, em 2006, Mariska Veres passou para o outro lado, mas legou sua influência a tantas outras cantoras que o rock haveria de produzir nos anos seguintes.
GEORGE BAKER SELECTION
Quem assistiu o filme "Cães de Aluguel", de Quentin Tarantino, certamente se lembrará da música de abertura em que todos os personagens eram apresentados. Era "Little Green Bag", cantada por Johannes Bouwens, ou simplesmente George Baker, que também emplacou no começo dos '70 pérolas kitch do sunshine pop como "Una Paloma Blanca" e "Fly Away Little Paraguayo".
THE HUNTERS
Eis a banda onde o guitarrista Jan Akkerman (Focus) começou suas atividades. Aliás, alguém se lembra que ele já veio tocar em Cuiabá?! É uma pena que a divulgação pífia e a curadoria precária das bandas para abertura de seu show, tenham contribuído para seu esquecimento entre nós. Uma lástima, já que se trata de história viva do rock.
Outros nomes que também não poderíamos deixar de citar são: The Motions, Ro-d-ys, Bumble Bees, The Shoes, Les Baroques e Cuby & the Blizzards, entre tantos outros grandes; mas que por conta do espaço de hoje, ainda aparecerão em uma outra edição da coluna do Max.
Por hoje é isso, caríssimos. Semana que vem tem mais. Um grande abraço a todos e até lá!
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Artigo originalmente publicado no Jornal Folha do Estado, Cuiabá-MT, domingo, 09/05/2010.
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THE OUTSIDERS- Lying All the Time
Q65 - The Life I Live
Golden Earrings - Daddy, Buy Me A Girl
George Baker Selection - Little Green Bag
The Hunters - The Russian Spy and I
Shocking Blue
Comentários
EU FUI NESSE NEGÓCIO!
TOCOU A BOSTA DO MACACO BONG E AS BICHAS DO VANGUART
Enquanto uns vão se tornando mainstream, outros vão surgindo para renovar.