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THE TIRTEENTH FLOOR ELEVATORS

Por William Duarte

É quase consenso geral entre os reais admiradores de rock que o ano de 1967 foi O ano. Foi O ano em que as obras-primas definitivas do rock´n´roll foram feitas. Absolutamente! E nem há como discordar: Foi em 1967 que vieram à luz verdadeiras preciosidades como Forever Changes, do Love, Odessey and Oracles, dos Zombies, The Piper At The Gates Of Dawn, do Pink Floyd e o primeiro disco dos Doors, só para citar alguns. O que muitos injustamente esquecem é que sem 1966 não haveria 1967. Isso, além de lógica estúpida, significa que, tudo o que se viu de delírio musical em 1967, já havia sido prenunciado em 1966. Se não, vejamos: foi em 1966 que tivemos Revolver, dos Beatles,  Pet Sounds, dos Beach Boys, Psychedelic Lollipop, dos Blues Magoos et cetera.  Entre essas “outras” obras (algumas injustamente esquecidas), temos uma obra-prima de loucura, filosofia, garagem e psicodelismo: o enlouquecido The Psychedelic Sounds Of The Thirteenth Floor Elevators. O LP vinha na esteira do grande sucesso da música “You're Gonna Miss Me” (clássico absoluto da garagem sessentista, incluído na trilha sonora do filme Alta Fidelidade e regravada pela banda paulistana The Transistors). Os Elevators eram altamente transgressores. A biografia da banda está recheada de prisões por porte de entorpecentes e acusações de apologia às drogas. Tudo culminando na suposta “loucura” de seu líder, Roky Erickson, uma espécie de Syd Barrett texano. A música dos Elevators é altamente identificável. Tudo por causa de uma geringonça chamada “jarro elétrico”, idealizada e manipulada pelo “filósofo” da banda, o maluquete Tommy Hall. O texto de apresentação das músicas é de autoria de Hall e são um primor de doidera pop-lisérgica misturada com filosofia e misticismo. Parece que os Elevators, além de querer pirar a cabeça de seus fãs com o seu som alienígena, queriam disseminar também uma espécie de filosofia “popdélica”. O disco abre com a intensidade e a loucura de “You´re Gonna Miss Me”. Erickson canta com seu vocal “jaggeresco” : “You're gonna wake up one morning as the sun greets the dawn...Ah, you didn't realize you're gonna miss me, baby, you're gonna miss me, child…” É uma música de uma força de entrega e de uma fúria garageira impressionantes. Por isso mesmo virou um clássico. Um antídoto para essa porrada garageira é a lisergia dark de “Roller Coaster”, onde os Elevators levam o ouvinte a uma chapadíssima viagem repleta de altos e baixos. O cérebro ainda está afetado pela loucura da primeira faixa, mas a poeira vai baixando até chegar à balada “Splash 1 (Now I'm Home)”, que é praticamente obrigatória em qualquer antologia de baladas psicodélicas que se preze. Belíssima, com a guitarra hipnótica de Stacy Sutherland e a letra que é mais um link da estranha filosofia da banda:”I've seen your face before, I know you all my life...”. Mais riffs hipnóticos de guitarra temos em “You Don't Know How Young You Are”. A loucura prossegue com as chapadíssimas “Reverberation” e “Don't Fall Down”, provas incontestes de que os Elevators sabiam compor com inigualável maestria refrões chapados e em total sintonia com a loucura que estava acenando no horizonte daquele 1966. A loucura desemboca na torporizante “ The Kingdom Of Heaven”, em que eles declaram que “o Reino do Céu está dentro de você.” No ano seguinte, a banda lançaria o incensado Easter Everywhere, considerado por muitos como a melhor obra deles. Mas como ocorre com o Pink Floyd  (em que os críticos dizem ser The Dark Side Of The Moon o melhor disco, mas a maioria dos fãs prefere o primeiro, The Piper At The Gates Of Dawn), o disco que vai permanecer como a obra máxima desses malucos texanos será essa preciosidade chamada The Psychedelic Sounds Of  The Thirteenth Floor Elevators.


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