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E os intercâmbios continuam...Uma das propostas da OCT é a troca de experiências com outras organizações do Brasil afora. Semana retrasada, trouxemos uma entrevista com a banda carioca "New Effect". Nessa semana, a redação do blog/OCT trás uma entrevista com Vinicius, o idealizador da produtora "Vinny!69", carioca, assim como New Effect. A entrevista se deu em duas etapas, mas sintetizamos em uma única ordem. Portanto, confiram abaixo o que Vinny tem a dizer:


(Layoute do blog Guerrilha Aberta)

1 – Bruno/OCT - Vinicius, quando e onde surgiu a idéia de encabeçar o "Vinny!69"? Quais as ações desempenhadas nesses últimos meses?

Vinyy
- A Vinnyl 69 Produções nasce no início de 2008, como uma iniciativa de ser responsável por uma série de projetos, que eu já desenvolvia desde sempre, buscando mais profissionalismo. Trabalhei durante dois anos, como assistente de produção e na mesma época, andei fazendo alguns cursos na área de produção cultural, que me deram a certeza de que gostava de fazer isso, mas não apenas isso. Gosto de estar em cena, pelas ruas, em festas e teatros. Sou uma pessoa meio dividida na área cultural, entre produzir e brincar com as pessoas, no final é tudo o mesmo objetivo, promover o bem estar social e o riso no mundo de hoje.

A Vinnyl 69 nasceu como uma produtora cultural e começou a primeira parceria com o extinto Centro cultural Mosaico Cultural que ficava no bairro da Lapa, aqui no Rio de Janeiro. Cheguei dando uma ajuda na produção do próprio espaço e de oficinas, que pessoas realizavam por lá, mas o espaço acabou fechando por diversos motivos. No mesmo tempo, incentivado por um grande parceiro, Leo Carnevale, digitalizei um antigo projeto que era a Guerrilha Aberta, um antigo projeto de comunicação que visava dar notícias de utilidade pública na universidade (2004), depois passa a ser um projeto de rádio comunitária, voltado para a população de rua (2005-2006) e em 2008, após o projeto ter ficado quase um ano parado, ele volta nas ondas digitais, buscando um diálogo maior com a produção cultural pelas ruas com a população em geral. Além disso, a Vinnyl 69 está realizando uma consultoria na área literária para um antigo parceiro e responsável por toda essa loucura de ter me entregue ao universo da cultura.

É bom incluir também, que nesse início de julho, a Vinnyl 69 deu uma assessoria na produção de uma Maratona de Artistas de rua, que se concretizou como um dia inteiro de atividades gratuitas, no Aterro do Flamengo, um dos patrimônios tombados, que o Rio de Janeiro tem, com 15 apresentações de artistas de rua, que ocupam praças e largos, realizando sua arte. É um projeto muito bom e audacioso realizado pela empresa de hospedagem Hostnet (www.artistaderua.com). Dou todo o crédito, pois sou muito fã deles e pelo sentido de parceria que se institui antes, durante e após a realização do evento.

2 – Bruno /OCT - A equipe que toca os trabalhos do Vinny!69 é composta por quem? Quais as experiências de cada um no ramo da cultura ou formação profissional?

Vinny
- Essa é uma pergunta interessante, pois a Vinnyl69 sou apenas eu. Como eu auto-intitulo é uma produtora de um homem só. É muito ruim trabalhar sozinho e cada vez mais difícil, por isso, decidi criar a produtora, mas ao tempo, continuar trabalhando em parceria e em redes. Eu sou de uma geração que não estar em rede é ao mesmo tempo de não existir no mundo. É complicado por que existem tantas redes em diversos nichos, que ao mesmo tempo que você existe e é participativo em um nicho, em outro é um ilustre desconhecido.

Quanto à formação profissional, eu me formei em jornalismo, no final de 2006. Trabalho com cultura desde sempre, tanto na criação cultural, escrevendo poemas, desde 2001 e fazendo palhaçadas e humor, desde pequeno. Assim como na área de produção cultural, realizando eventos culturais na faculdade, dando assessoria de produção à velhos amigos e verdadeiros parceiros que me motivam e me sempre estão atentos me dando um norte para onde seguir. Agora, quais deles seguir, só depende exclusivamente de mim mesmo. Como diz o velho ditado: "A vida é dura, para quem é mole".


3 – Bruno/OCT - Então Vinicius, o projeto "Guerrilha Aberta" é uma das ações do Vinny!69, que lança quinzenalmente uma revista eletrônica, e que atualmente está realizando uma "consultoria" na área literária. Tu poderia nos contar um pouco sobre essas ações – a Revista e a Consultoria?

Vinny
- Então, Bruno. A revista eletrônica é uma antigo projeto que começou na época de faculdade de jornalismo e que ficou um tempo parada, depois voltou. Já foi programa de rádio, jornal mural e hoje é uma revista eletrônica, que privilegia um espaço democrático para falar sobre as artes nas ruas, divulgando artistas, conversando, mas privilegia mesmo, o univero da comédia e do humor. Quanto a consultoria, é uma coisa que sempre prestei a amigos e parceiros. São trabalhos que envolvem pesquisa e levantamento de dados e muito trabalho. É um trabalho de precisão, que precisa ser feito com muita atenção.

4 – Bruno/OCT - "(...)Vinnyl69 sou apenas eu. Como eu auto-intitulo é uma produtora de um homem só. É muito ruim trabalhar sozinho e cada vez mais difícil, por isso, decidi criar a produtora, mas ao tempo, continuar trabalhando em parceria e em redes." Vinicius, vemos que com a popularização da internet no Brasil, de norte a sul, a comunicação além de ter sido barateada consideravelmente, encurtou a distância, por exemplo, entre a produção cultural e, digamos assim, o consumo – se é que a divisão de produtor/consumidor existe. Como você avalia o papel da internet mediante a toda essa nova concepção de se fazer arte no Século XXVI?

Vinny
- Costumo dizer hoje, que graças a Deus que temos a internet e cada vez mais busco que ela se mantenha nesse lugar privilegiado de trocas de informações, sem pouca intervenção ecônimica. O Brasil apesar de estar em crescimento, possui uma desigualdade social e econômica muito grande e a tendência mundial é que cada vez mais essa desigualdade aumente e o qu deixa muita gente excluído do acesso aos bens culturais e de informação, e que sem iformação são excluídos direitos e acesso a serviços.

Quanto a divisão entre produtor / consumidor, ela existe sim, pois nem todo mundo produz, mas todo mundo precisa consumir. Essa é uma das grandes fontes de desigualdades, a sorte é que brasileiro é muito inteligente e sempre arruma um jeito para viver a vida.

5 – Bruno/OCT - Pegando um gancho na questão anterior, tu nos fala de "trabalho em rede". Nesse sentido, tu comentar um pouco sobre o "Centro Nervoso"? Em que medida ele contribuí para o trabalho em redes?

Vinny
- Aqui no Rio, como em qualquer parte do mundo, muitas instituições e organizações se baseiam no processo de construção de redes, isto é, reunindo pessoas e trocando para produzirem uma verdadeira sinergia. Estabelecem assim como o trabalho da instituição, muitos outros que acontecem principalmente pela informação que circula de forma privilegiada e sem intermediários. O que acontece é que, as redes são muitas vezes temáticas e reúnem pessoas de interesse naquele segmento. O Centro Nervoso, não era diferente, ele reunia produtores de jornais independentes, na sua maioria impressos, que trocavam jornais, parcerias, mas existia um problema comum entre todos, que era a sustentabilidade econômica desses veículos. Todos os seus produtores faziam bancando suas próprias edições, acreditando que algum dia, ganhariam de volta, e isso desgasta muito. Daí foi desgastando os próprios encontros, e assim, o projeto não continuou e acredito que quando voltar, voltará de forma de diferente, acho que em formato de feira. A feira é hoje, para mim, um espaço de rede de excelência!

6 – Bruno/OCT - O Vinny!69 desenvolve alguma ação relacionada à música?
Vinny
- Sim! Hoje, a Guerrilha Aberta tem dois colunistas que escrevem suas colunas em volta da música, o primeiro é o jornalista Mauro Vianna, que já realiza um trabalho há muito tempo, aqui no Rio de Janeiro, onde fala sobre música e cultura negra, apontando um olhar detalhado ao samba e o outro colunista e o Dr. Luiz Carlos Manhães, que é professor da UFF, que dá uma disciplina que fala sobre a produção de trabalho musical na boêmia. Em outras palavras, ele quer discutir, que a boêmia não é um lugar de vagabundagem e sim, um lugar privilegiado para a criação artística, onde se tal ambiente não existisse, certamente as músicas seriam diferentes e seria um outro processo de criação musical, mais industrial talvez.

Além disso, na próxima edição (informação privilegiado, hein?), receberemos o terceiro colunistas que falará sobre música, com entrevista com músicos, de um projeto que ele desenvolve há 4 anos, chamado Estrada 55, chamado Ricardo Loureiro. Todas essas pessoas são grandes parceiros e se relacionam com um fazer cultural, que é baseado em redes e as informações circulam entre essas redações invisíveis e a boêmia é a instituição cultural.

Agora, quanto à produção em si, temos recebido alguns materiais de bandas e artistas solos, mas no momento, estamos apenas recebendo o material mesmo e esperando a oportunidade certa para entrar no universo da música. Acredito que algum dia, ela virá, seja na produção de algum evento, mas temos interesse sim, a oportunidade só ainda não surgiu.

7 – Bruno/OCT - Como de praxe, não poderíamos deixar de perguntar sobre os contatos: Orkut? Blog? Sites? Fones? Caixa postal?

Vinny
- Começar de trás para frente:
O endereço é Rua Dr. Noguchi, 98 - Ramos
Rio de Janeiro / RJ
CEP: 21060-420

Tels: (021) 2260-3231 e 9337-6403

Site/Blog

E-mail: vinnyl69producoes@gmail.com / guerrilhaaberta@gmail.com

E orkut:
Comunidade da Guerrilha Aberta

Vinny!69

1 Comentario para PÁGINA INTERCÂMBIO: ENTREVISTA COM O “VINNY!69”.

Anônimo
13 de agosto de 2008 às 09:04

Muito legal a iniciativa!

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