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Continuando o circuito de mini-entrevistas, hoje o bate-papo é com Edson Santana (mestrando em Letras pela UFMT). Edson desenvolve um trabalho muito curioso (principalmente para quem gosta do chamado "rock inteligência"): análise de canções de humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii). Sem mais, vamos ao que interessa.


1 - OCT - Edson, você pode fazer um resumo sobre o trabalho que desenvolveu?

Edson - O trabalha trata basicamente de um leitura socialmente referenciada de três canções do Humberto Gessinger, a saber: "Os guardas da fronteira", "A violência travestida faz seu trottoir" e "Nunca é sempre". A leitura se deu nos padrões de leitura sociológica aplicada a textos literários, bem no modelo do grande estudioso Antônio Candido.

2 - OCT- De onde veio o interesse em trabalhar tal tema?

Edson - Bom, havia a necessidade de fazer um trabalho de uma disciplina chamada "Produções Monográficas e Crítica Literária" e os textos do Gessinger sempre me encantaram, se é que se pode usar esse termo quando falamos de uma perspectiva critico-analítica, pelo teor de problematização sócio-individual. Gosto do modo como o Gessinger me faz sentir responsável pelas minhas atitudes sem que eu me sinta sobrecarregado. Reduzindo, eu acho interessante a relação indivíduo, sentimento subjetivo, e sociedade, práticas objetivas, que está presente em todos os seus textos, mesmo os mais lirico-amorosos.

3 - OCT - Sim, você poderia nos dizer qual foi a repercussão de seu trabalho? Humberto chegou a ler? O que achou?

Edson - O meu trabalho nao repercutiu. Não fiz um trabalho para repercutir. Fiz um trabalho que tentasse mostrar a verdade sobre o que sinto, como vejo e como me relaciono com o mundo. Fiz um trabalho que me desse tranquilidade histórico-social. Mas tive resultado sim: Ajudou a me desenvolver como leitor de poemas e como leitor de um modo geral. No caso do Gessinger, se ele leu não sei, mas entreguei em mãos para ele... o interessante de tudo isso é que a obra ganha vida e o que o autor pensou na hora de fazer o texto acaba se engajando em toda uma conjuntura historico-social que nos permite uma série de leituras. Não sei se ele gostou do que escrevi. Não sei se isso me importa muito. Gostaria que tivesse gostado, mas não tenho mesmo como saber. Não temos contato. De toda forma, fiz um trabalho inspirado no seu trabalho.

4 - Em linhas gerais, quais os autores que voce conseguiu identificar e relacionar na obra de Engenheiros do Hawaí? Como e por que se dão essas relações?

Edson - Bom, o meu trabalho nao foi o de pesquisar que autores Gessinger utilizou ou estao presentes na sua obra. Ainda assim, pode-se perceber sem esforço a presença marcada do existencialismo francês (Camus, Sartre), uma dose muito forte do pensamento social marxista, mas sempre, sempre mesmo, com muita elaboração artistica... em momento algum seus textos sao panfleto político... são jóias raras, sempre.

5 - Bem, e como está sendo e como voce pretende dar continuidade a teu trabalho?

Edson - Quero poder continuar lendo, estudando e tornando as coisas mais claras para mim e para os leitores e ouvintes de uma maneira geral. Gostaria de poder continuar estudando academincamente. Talvez nao seja possível. Caso não seja, vou fazer meus trabalhos assim sempre à revelia. "

Blog de Edson Santana: http://autosabotagemcultural.blogspot.com
edsonjosesantaana@gmail.com

Mini-entrevista por Bruno, equipe OCT

7 Comentario para VIAGEM NAS LETRAS DE HUMBERTO GESSINGER

17 de janeiro de 2008 às 22:39

Edson é foda!
Salve Humberto Gessinger!
(bruno)

17 de janeiro de 2008 às 22:39

Edson é foda!
Salve Humberto Gessinger!
(bruno)

18 de janeiro de 2008 às 08:04

Odeio Humberto G. - Prefiro as letras das musicas do MACACO BONG

Anônimo
18 de janeiro de 2008 às 09:30

Ja tive a oportunidade de conversar com o humberto, pessoalmente e depois atraves de e-mail, e nao o admiro somente pelas obras, e sim pelo seu pensamento, que apesar de nao ser tao intenso como a decada de 80, mas ainda causa um certo impacto quando ouvimos cancoes novas dele.

Parabens bruno pela entrevista, e digo que certamente ele leu o texto.

18 de janeiro de 2008 às 09:44

Gostei dessa matéria sobre o Humberto Gessinger.
Parabéns pela iniciativa que vocês tomaram. Isso mostra que vocês não ficaram restritos apenas à música, mas abrangem também para o conteúdo literário entre outros.
Abraços.

Anônimo
18 de janeiro de 2008 às 13:55
Este comentário foi removido pelo autor.
31 de outubro de 2008 às 15:48

As letras de Gessinger são obras primas e longe da cultura longe demais das capitais, ter op prazer de escutar um disco dos Engenheiros é maravilhoso uma porrada de conhecimento e ideais adormecidos. Moro em Barreiras-Ba literatura por aqui tá esquecida!!!

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