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Olhai, que ali vejo meu pai...

Olhai que ali vejo minha mãe,

minhas irmãs e meus irmãos...

Olhai que ali vejo a linha dos meus ancestrais,

desde o principio...

Olhai que eles me chamam,

para que eu ocupe meu lugar junto a eles,

no salão do Valhalla,

onde os bravos podem viver para sempre...


Oração Viking


A sua volta, o que tem mudado a sua volta?
Os cartazes nas paredes?
O vale transporte aumentou seu valor?
Os alimentos ficaram mais caros?
Mais um escândalo político?
Mais uma banda emo ganhou um prêmio no VMB?
Agora todas usam roupas coladas com a maçã do rosto exageradamente vermelha!

Muitas destas coisas parecem não me comover mais. Tornaram-se precipitáveis. Só não quero que se tornem parte da minha vida.

Estas ultimas semanas me perguntaram "você não vai no Calango Mikhail?".
Minha resposta curta, "não".

Alguns falaram um monte tentando justificar a minha escolha, de que valeu o meu não?

Outros afirmaram que por pertencer a OCT eu não poderia ir. Bom, eu tenho a liberdade de escolha de optar aquilo que me covém participar e simpatizar.

Conheci Manacá em um destes eventos. Fora o metal e o rock curto muitos outros sons de suas ramificações assim mesmo como os antecedentes, mas tem coisa que não dá pra pagar pra ver.

Para mim o verdadeiro grito rock seria proclamar uma revolução sonora capaz de mudar de atitude a ociosidade das diversas denominações "underground" de cuiabá.

Muito a arte tem contribuido no passado transformando em histórico seus acontecimentos. Desde as cavernas, documentos egípcios, pinturas renascentistas até ao wood stock, entre outros.

Um dos movimentos underground que quero destacar é o de provos de Amsterdã.

A Revolta Provos aconteceu em Amsterdã nos Países Baixos de 1964 a 1966. Robert-Jasper Grootveld, com um pai anarquista, cresceu ouvindo seus ideais e, já adulto, o palhaço Grootveld fazia apresentações de rua com fogo e discursos anarquistas. Roel van Duijn, chegando em Amsterdã ,lembrou de uma frase de Bakunin que dizia que "quando um pessoa chega a uma cidade, a primeira coisa a fazer é procurar a pessoa mais exótica, é ela que sabe de tudo na cidade" e Roel van Duijn foi atrás de Grootveld.

O que chamou mais a atenção da revolta foi seu caráter humorístico, os Provos então lançaram o plano das bicicletas brancas, pintaram algumas bicicletas totalmente de branco e as colocaram na rua, explicando que as bicicletas brancas não teriam donos, quem achasse alguma bicicleta branca poderia usá-la e depois deixá-la para que outras pessoas a pudessem usar também. Os Provos, se reunindo na praça Lieverdje, propuseram a noite das bicicletas brancas, chamando a população da cidade para pintar suas bicicletas, e apareceu muita gente. No dia seguinte, a polícia tentou por em prática a lei da propriedade privada, prendendo pessoas "roubando" bicicletas brancas, mas existiam tantas que a troca de bicicletas ficou comum.

Depois do plano das bicicletas brancas ter dado certo, outros planos foram criados como o plano das chaminés brancas (poluição), plano das mulheres brancas (respeito às mulheres), bicicletas brancas (poluição dos carros) e outros. O termo branco não significava racismo, mas sim, a extinção da poluição visual, auditiva e florestal que aumentava com o crescimento da cidade.

E então estava chegando a data da eleição para vereador de Amsterdã, e os Provos não poderiam perder a oportunidade de provocar um pouco mais as autoridades da cidade. Colocaram um candidato para participar e com mais de 3.000 votos, ele foi eleito. Para ir a Câmara dos vereadores os Provos se revezavam (suplentes a suplentes) um por mês e todos iam de roupas e pés descalsos.

Em Cuiabá e Várzea Grande, eu em particular, nunca ouvi dizer que uma denominação underground tenha movido uma lasca de inconformismo contra todas as injustiças cometidas pelo poder público e militar na cidade .

Muitos sabem das injustiças cometidas por nós mesmos cidadãos com a nossa falta de educação. Envolvemos uma série de riscos como imprudência no trânsito, silêncio ao testemunhar infrações, estivemos aceitando a falta de educação de nossos professores nas escolas públicas, a falta de atendimento e o descaso nos hospitais e pronto socorro, todas estas e outras coisas são aquilo que nossos pais naquele tempo já conviviam e paralelamente aquela conversa fiada dos políticos com promessas que promovem apenas o egoísmo de cada candidato.

A democracia (demo=povo e kracia=governo) jamais será construída pelas promessas, mas pela concretização de todas as carências reais e necessárias de um povo cheio de esperança, que mesmo na humildade é enganado. Sonhamos com dias melhores!

O que Gotera tem feito?
Estou levantando a questão a todos, o que temos feito a respeito disto?
Espero por meio desta iniciativa sim estar mostrando o quanto estou disposto a transformar o underground em um movimento social, libertador, revolucionário capaz de tornar real o desconhecido que todos temem, começando pela liberdade.

Pense Nisso!

7 Comentario para InRevolução

26 de outubro de 2009 às 11:46

Pois é Mikhail, você está coberto de razão... Em Cuiabá, muito se fala de "militância cultural", entretanto quando falamos de TRANSFORMAÇÃO da sociedade por meio da cultura, de inconformismo, de intervenção, somos taxados de românticos, utópicos... Militância cultural em Cuiabá/estado de MT é sinônimos de mobilização de pessoas pra divulgar evento x ou Y. Estes acontecem e depois tudo volta ao marasmo de sempre. A revolução dos "militantes culturais" em Cuiabá se trata apenas de lotar determinado evento, como se o mundo fosse mudar com isso... Transformaram, desde sempre, este país num "puteiro" e a cultura nada mais faz do que desempenhar o papel de "circo"...

Enfim, essa discussão levantada por você toca no próprio sentido de se fazer cultura.

Abraços e parabéns!

26 de outubro de 2009 às 12:19

Vida longa ao underground atuante !!!!!
Afinal, ainda resta-nos o orgulho de sermos vermes produtivos, já que das minhocas é que muito depende a qualidade de um bom solo, e as lombrigas... bem, continuam como parasitas de um sistema, do qual se se afastarem, morrem!

26 de outubro de 2009 às 14:33

Revolução cultural em pleno século XXI? onde? cadê? Pois eu duvido. E tenho cá pra mim que a revolução tem que ser constante. Não é só um passo pra ir pro outro lado. Enfim. Tudo para todos, para nós nada.

26 de outubro de 2009 às 14:41

"Tudo para todos, para nós nada.", já diria o saudoso sub-comandante Marcos do EZLN.

26 de outubro de 2009 às 16:36

Revolução constante não é revolução, é mudança. No constante a revolução não é notada.

Revolução no século XXI seria unir todas as grandes mentes com um único objetivo em comum e defende-lo até a morte.

26 de outubro de 2009 às 20:59

Um grande amigo me disse um dia: "Sabe quantas pessoas são necessárias para que se inicie uma revolução? Uma!"

Que comece em mim...!


Parabéns e abraços...

27 de outubro de 2009 às 10:32

valeu

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