Posted by Maximiliano Merege Categories: Marcadores: , , , , ,


Costumaz frequentador da Coluna do Max, o guitarrista e cantor canadense Chris Murray voltou ao Brasil pela quarta vez.

Murray fez shows por importantes cidades Brasileiras - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasilia, Porto Alegre, Campinas, e obviamente garantiu um belo "soldout" de seus cedês, comercializados pela Radiola Records.

Resumindo um pouco a história, no finzinho dos anos 80 e primeira metade dos 90, ele liderou a banda King Aparatus, uma trupe especializada em tocar pelo gélido Canadá o calor da música jamaicana. Nos idos de 94/95, mudou-se para Venice Beach, um famoso bairro da ensolarada Los Angeles, onde passou a gerenciar shows de figurinhas carimbadas do gênero. Nesse meio tempo, munido de um simples gravadorzinho à pilha, gravou seu primeiro disco solo.

"O cara certo na hora certa" talvez seja a melhor maneira de exprimir como as coisas conspiraram de modo tão harmônico para seu sucesso, pois coincidentemente, no mesmo período em que se lançava na carreira solo, a Terceira Onda do Ska eclodia e artistas acústicos passavam a fazer a alegria das praias. Murray ganhou ambos os públicos e desde então tem corrido o mundo com uma série de shows pra lá de simples, sem parafernálias nem teclados ou pedaleiras digitais, apenas violão & voz, acompanhado por um baixo e uma bateria.

Fazer show acústico, qualquer um faz, mas ter a platéia na palma da mão já é um privilégio de poucos iluminados, e Chris Murray pode se dar ao luxo de ser um desses privilegiados.

Muito bem acompanhado por músicos da banda paulista Firebug, Murray não faz apenas um gig ou um show propriamente, mas conduz um verdadeiro baile, onde mesmo aqueles que não são tão chegados ao estilo ska/rocksteady/reggae, rendem-se à boa música e dançam fervorosamente, mesmo depois de fazerem calos nos pés. Suas canções, tanto na construção musical quanto na composição das letras conseguem ser tão simples que mesmo aqueles que não conhecem, aprendem a cantar na hora.

Mas afinal, o que isso teria a ver com nossa cena?! Muito a ver... primeiro por ser algo culturalmente próximo à nossa realidade e facilmente "tocável"; depois porque prolixidade é algo dispensável, já que conhecimento técnico deve ser um aliado que vem com o tempo, e não um meio de exibicionismo. Tudo bem que para muitos dos amigos que lêem esta coluna isto possa soar como uma alfinetada, mas é fato: a simplicidade, tanto na música como em toda e qualquer forma de expressão cultural, só tem a engrandecer uma cena; e um show de Chris Murray é a prova viva de que isso é possível!

Ademais, por trás de um grande músico, tem sempre uma grande pessoa. Ao contrário de inúmeros "superstars", Senhor Murray, apesar de toda a estrada percorrida e de colecionar milhões de fãs pelo mundo, é o tipo do sujeito com quem é possível tomar uma cerveja e discutir coisas simples como o tempo, os últimos discos que comprou, os livros que leu ou os filmes que assistiu.

Por hoje é isso, caríssimos amigos. Até a próxima!

Agradecimentos: Radiola Records e Criolina Produções.


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Material originalmente publicado no Jornal Folha do Estado, Cuiabá-MT, domingo, 12/12/2010.


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