Posted by Bruno Rodrigues Categories: Marcadores: ,



“A Onda” se trata de um filme alemão, lançado no ano passado, que trata do permanente risco que temos de cair no “fascismo”, quando nos incorporamos a determinado grupo político, cultural ou religioso, neutralizando a nossa individualidade. Abaixo, um texto muito interessante sobre o filme.


“O recente filme alemão, A Onda (Die Welle), proporciona ao espectador uma reflexão sobre a origem do pensamento totalitário. As ideias de união e de igualdade podem ser utilizadas para reais transformações. Ocorre que são destas mesmas ideias que se originam o ódio, a exclusão e a violência gratuita.

Ajudar um colega de classe, com o estereótipo de “bobão”, a se safar da agressão de outros é em si uma atitude boa, até louvável. O homem movido pelo espírito de grupo é capaz de realizar benefícios inimagináveis. Há, entretanto, um diferencial que necessita de observação.

“É possível que o totalitarismo volte à Alemanha?”, pergunta o professor Rainer no filme. Os alunos da classe de autocracia discordam. Para eles a Alemanha está mais civilizada e seria impossível que pessoas aderissem alguma ideia com tanto fervor.
Contra estas respostas, o professor começa a instaurar na sala de aula uma ampla disciplina. Com a disciplina vem a uniformização. Todos vestidos iguais eliminam as diferenças. Não haveria disputa por quem se veste melhor. A aluna Karo é logo deixada de lado por vestir vermelho, visto que não acha que a cor branca lhe cai bem. Uniformizados e disciplinados, o grupo escolhe um nome: A Onda, e logo estão com logotipo e página no Myspace. Até o momento o que foi extraído dos alunos foi uma ideia de união. Alunos começam a participar das aulas como nunca participaram.
É interessante notar o paralelo com qualquer início de outro grupo. Há uma ideia de pertencer a uma fraternidade. A ajuda mútua também pode ser encontrada nos punks, rappers, skatistas, skinheads, ou simplesmente nas escolas onde a turma A joga contra a turma B. No exemplo da escola, brigas acontecem devido a algum resultado ou por uma má interpretação de quem arbitrou o jogo. O coletivo exerce enorme força sobre o indivíduo (poderíamos até nos alongar e falar sobre as torcidas organizadas que agem diversas vezes de forma inconsciente).

Meu intento, neste breve texto, é falar sobre outro tipo de grupo. O problema aqui é demonstrar que já existe uma “onda” no Brasil. Estou falando do MNN (Movimento Negação da Negação). O MNN, conhecido pelas campanhas do Fora Lula e do Voto Nulo, é de origem trotsquista. Refutam o PSOL, o PSTU, o PT, e todos os partidos de “esquerda” nacionais. Numa primeira vista, nada mais seria do que um grupo de pessoas querendo fundar um partido que fosse verdadeiramente contra o capitalismo e que defendesse o fim da fome, da miséria, do desemprego e da barbárie.

O que fica implícito é que a barbárie não passa de um termo usado pelo movimento por pura demagogia. Afirmo isto pois o termo tem origem na palavra bárbaro, originalmente utilizada para os povos não civilizados. O fim da barbárie seria o fim do agir irracional. Significa terminar com as atitudes que impedem que os indivíduos vivam de forma civilizada, isto é, protegidos contra coerção e agressão. O termo é intensamente demagogo, pois o caminho para o socialismo é o caminho da coerção. Como terminar a barbárie se na transição socialista há a ditadura do proletariado?

A única maneira desta coerção ser amplamente aceita é através da disciplina, ordem, ideologia e uniformização (necessárias aos totalitarismos). Não tenho provas e a afirmação a seguir é apenas um relato. Uma pessoa frequentou reuniões do MNN. Após algumas conversas e discussões um membro do grupo se dirigiu a esta pessoa e disse: “Se você quiser, não precisar mais vir. Você pensa de mais”. Pensar muito é característica, a meu ver, do que é civilizado. Combater a barbárie é combater que se atue apenas por impulso. Isto o MNN não o faz.

As ações do MNN (em São Paulo) incluem: pichação de prédios públicos e privados, depredação de prédios públicos (na USP) e incitação de violência (para que exista coerção policial em manifestação pacíficas). Isto definitivamente não é lutar contra a barbárie.

Entre A Onda e o MNN há uma enorme ponte que incita o ódio aos que pensam diferente. Do ódio inculcado ao ato de agressão há poucos passos. Uma massa que repete citações de Marx e Trotsky, e é levada a não pensar, pode realizar desde atos de ajuda mútua a colegas trabalhadores até atos terroristas. Importa saber qual é o caminho que pensamos em seguir.

O filme afirma o que inteligentemente Hayek chamou de O caminho da servidão. Ao erradicar as diferenças e inculcar o espírito de grupo, o homem perde sua individualidade. Obedecer às ordens é o que lhe resta. O poder escolhido ou imposto irá determinar o que vestir e como se comportar. Todos os não adeptos devem aderir à causa e os “traidores” devem ser punidos.

É contra este tipo de proposta política de dominação que existem os que defendem as liberdades individuais. Defendê-las não é ser egoísta, como insistem em afirmar nossos críticos. Defender as liberdades individuais é impedir que as atrocidades do totalitarismo (seja nazista, fascista ou socialista) voltem a assombrar a menor minoria (como dizia Ayn Rand), a saber, o indivíduo.”

* Texto escrito por Filipi Celeti

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