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Pensar em música como mídia de armazenamento é uns dos maiores equívocos já inventado. É lógico que a possibilidade de poder reproduzir a música favorita em um aparelho portátil revolucionou o modo como interagimos com esse tipo de arte. Só para ilustrar: um livro a gente pode levar (depende do tamanho) para qualquer lugar. Um quadro, quando adquirido, podemos mudar para a cômodo que quisermos. Entretanto em artes performáticas (teatro, dança, música) nem sempre é possível “carregar”os artistas para tê-los em casa. Bom, com invenções que possibilitaram armazenar áudio e vídeo em mídias especificas acabaram por permitir “levar” os artistas de artes performáticas para a casa e reproduzir peças dessas artes em aparelhos domésticos, sem precisar de esperar pela próxima apresentação. Curtir um som enquanto lava os pratos ou enquanto dirige o automóvel, assistir a um show na TV são experiencias relativamente novas. Mas a famosa frase: " gravar um CD" não é necessariamente "fazer música".
Mídia maldita: Muitos lembram com saudade do Vinil,
quase ninguém sente saudade da fita cassete!

O problema é que tanto a mídia de armazenamento quanto os aparelhos que as reproduzem tornaram-se mercadorias de valor superestimado e, o pior, permitiram que candidatos a artistas serem mega-produzidos, embalados e colocados no mercado para serem comercializados. Alguns deles inclusive dublam a si próprios em shows perdendo o sentido do ritual que é um concerto musical. O mais cruel de tudo é que, para o cidadão mediano, para quem o que passa na mídia de massa é a única realidade, esses são os “verdadeiros” artistas, o Santo Graal da Arte! Tornou-se tudo muito produzido, sensaborão, inocente, dócil, esterilizado.... Atualmente o único “veneno” que vem aparecendo nesse tipo de arte é o sexismo. Também pudera! Na política de pão e circo, o sexo torna-se um ótimo, barato e conveniente entretenimento para os cidadãos: Só precisamos dos órgãos sexuais. Não que eu seja um puritano ou falso moralista, adoro rock'n'roll pornográfico dos “Pé Rachado e Os Porras Lokas”, mas eles também tem “Av. Brasil”, “Catatau” e o impagável “O Pombo” e muito rock'n'roll...

Voltando....

Passamos pelo vinil, fita cassete e última mídia de armazenamento, o CD, acabou por morrer. O artista hoje em dia que pensar em vender CDs e se rachar de ganhar dinheiro está equivocado. O que vale é o show, a performance, a sociabilização, o ritual (que não tem preço). O CD é um cartão de visita ou um artefato para quem ama o artista e deseja colecionar a obra do mesmo, nada mais que isso. A mídia não é a arte em si. A invenção da internet e do mp3 nos mostra que nascemos para compartilhar, um em função do outro (até de nossos inimigos). Pensando assim podemos concluir que o sistema vigente está equivocado, mas vivemos nele. Ou revolucionamos ou nos adaptamos. A tal crise da indústria fonográfica é reflexo desse equívoco.

O artista de verdade não se queixa da tal pirataria, ele quer eternizar-se, entende a sua finitude. O que se deve pensar, e isso envolve todos (artistas e público), é como o artista se manter dignamente produzindo arte neste sistema. A última experiencia da banda inglesa Radiohead (que deixou o seu último álbum “In Rainbows” para ser baixado na internet e a pessoa pagava, se quisesse, o preço que achasse conveniente e depois disponibilizou nas lojas uma edição real especial) nos mostra um caminho. Thom Yorke, em uma entrevista, disse que ganhou muito mais dinheiro que antes, pois não precisou da gravadora para intermediar. Eles parecem estar muito à vontade com esse formato Ouça uma música nova deles aqui. A Tramavirtual, com os downloads remunerados para o artista e grátis para o ouvinte, também é um outro caminho.

Bom.. Pra onde vamos...? Fala ai gurizada!

Comercial brincando com o fato destes malditos nem terem gravado a própria voz em estúdio.
(Farsa descoberta depois deles ganharem o Grammy)

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Por Carlos B.

2 Comentario para Divagações acerca da morte do CD

20 de agosto de 2009 às 12:53

Verdade Carlos, o exemplo do Radiohead é bem emblemático para buscarmos uma alternativa para sobrevivência de arte dentro do atual contexto. Ou nos adaptamos as mudanças, ou fazemos mudanças ou "sucumbiremos".

Parabéns pelo post!

20 de agosto de 2009 às 12:55

ahahahaha que onda esse comercial!

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