Posted by Renan Rosenstock
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Domingo Literário
Certa vez, li um poema chamado “no caminho com Maiakovski”, de um cara chamado Eduardo Alves da Costa, e fui procurar saber quem era o tal Maiakovski. O “tal” Maiakovski se tornou pra mim um dos maiores poetas que eu vim a ter conhecimento. Esse russo, fundador da geração futurista, tem uma forma de escrita simples, de aspecto casual, criando termos novos e exagerando em alguns outros. Foi bolchevique, foi preso, fundou o jornal “frente de esquerda” e se suicidou em 1930.
Após a revolução de 1917, Maiakovski passou a contribuir com o governo, em lemas, cartazes e desenhos sobre a revolução. Escreveu peças de teatro e roteiros para cinema. Era um artista completo, revolucionário tanto em palavras, quanto em caráter.
Um de seus poemas mais famosos:
A PLENOS PULMÕES
(Trecho final)
Camarada vida,
vamos,
para diante,
galopemos
pelo quinqüênio afora.
Os versos
para mim
não deram rublos,
nem mobílias
de madeiras caras.
Uma camisa
lavada e clara,
e basta, —
para mim é tudo.
Ao
Comitê Central
do futuro
ofuscante,
sobre a malta
dos vates
velhacos e falsários
apresento
em lugar
do registro partidário
todos
os cem tomos
dos meus livros militantes.
Certa vez, li um poema chamado “no caminho com Maiakovski”, de um cara chamado Eduardo Alves da Costa, e fui procurar saber quem era o tal Maiakovski. O “tal” Maiakovski se tornou pra mim um dos maiores poetas que eu vim a ter conhecimento. Esse russo, fundador da geração futurista, tem uma forma de escrita simples, de aspecto casual, criando termos novos e exagerando em alguns outros. Foi bolchevique, foi preso, fundou o jornal “frente de esquerda” e se suicidou em 1930.
Após a revolução de 1917, Maiakovski passou a contribuir com o governo, em lemas, cartazes e desenhos sobre a revolução. Escreveu peças de teatro e roteiros para cinema. Era um artista completo, revolucionário tanto em palavras, quanto em caráter.
Um de seus poemas mais famosos:
A PLENOS PULMÕES
(Trecho final)
Camarada vida,
vamos,
para diante,
galopemos
pelo quinqüênio afora.
Os versos
para mim
não deram rublos,
nem mobílias
de madeiras caras.
Uma camisa
lavada e clara,
e basta, —
para mim é tudo.
Ao
Comitê Central
do futuro
ofuscante,
sobre a malta
dos vates
velhacos e falsários
apresento
em lugar
do registro partidário
todos
os cem tomos
dos meus livros militantes.
2 Comentario para Domingo Literário – Maiakovski, a pedra atirada.
Nossa Renan, muito boa a dica literária desse domingo! E esse poema do Eduardo Alves da Costa ("No Caminho, com Maiakóvski) é maravilhoso. O trecho que mais gosto:
"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."
Parabéns Renan! Só a arte, nos dias atuais, consegue embelezar o mundo!
*Ney Arruda*
Especial para o Diário de Cuiabá
O carnaval 2009 veio cheio de promessas. Convidei todos que pude. Éramos
vários amigos no Clube Feminino. O sábado gordo carnavalesco seria celebrado
com os conjuntos ‘roquenrou’ daquela noite. O folder de divulgação do Grito
Rock estampava solenemente. Seis dias, 60 bandas, cerveja gelada e shows
alucinantes. Pois, o primeiro delírio já foi à entrada: sem direito a meio
ingresso para estudante.
O som estridente irritava o pavilhão auditivo dos mais sensíveis. No palco,
quando chegamos estava uma banda meio estranha. Cujo vocalista seminu exibia
uma enorme prótese peniana de borracha. Coitado, desafinava tristemente. E o
seu balangandã, provável parte de sua fantasia, soava de péssimo gosto para
a platéia.
Bom, depois da terceira latinha da famigerada “Sol”. Fui ao toalete. Qual
minha surpresa quando percebi que eu era o último de uma fila de 10 caras.
Também? Era um vaso único para satisfazer as necessidades fisiológicas de
uma clientela masculina estimada em 350 foliões. Que dirá o que acontecia no
banheiro das mulheres...? Aí não teve jeito. Convoquei a turma para usarmos
o banheiro de baixo após as escadeiras no andar térreo. Nisso, o “leão de
chácara” de plantão disse: “Se sair, não volta mais!”. De repente, caiu a
ficha de que não havia possibilidade de as pessoas circularem livremente
pelos recintos do Clube Feminino. Bah! Quer saber? Fomos embora! O baile
popular do Largo da Mandioca estava ainda animado e podíamos caminhar com
liberdade.
Na segunda de carnaval não consegui convencer mais ninguém a irmos ao Grito
Rock. Bem que tentei. Sou fã incondicional de música ao vivo no palco. Foi
aí que rolou a idéia coletiva de irmos a um outro lugar, o Clube de Esquina.
Lá a Sixtons arrasou com a cara da galera. O melhor rock cover de Cuiabá
trouxe suas maravilhosas interpretações dos ‘Rolling Stones’, ‘The Police’,
e até o blues de John Lee Hooker entre outros. Lá pela uma da madrugada
embaixo de um toró super gostoso subiu ao palco o Mandala Soul Band. Show de
performance daquele grupo. Danilo Bareiro, este sim, alucinou com sua
guitarra enfeitiçada. O Club de Esquina pegou fogo. Na porta do banheiro não
havia fila. A mulherada ensandecida dançava solta na frente do palco. A
cerveja de múltipla escolha estava geladíssima. E comemoramos também o
aniversário da querida jornalista Lidiane, editora do caderno cultural da
Folha do Estado. Moral da história: pra fazer bem feito, tem que planejar.
Nada de realizações no afogadilho. E como diria o saudoso comediante Liu
Arruda: “quem não ‘guenta’..., não faz propaganda de...”.
Ney Arruda* é professor universitário, advogado, doutorando pela Universidad
de Burgos (Espanha), estudante da arte do violino e colabora com o DC
Ilustrado
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