Posted by Renan Rosenstock Categories: Marcadores:

Certa vez, li um poema chamado “no caminho com Maiakovski”, de um cara chamado Eduardo Alves da Costa, e fui procurar saber quem era o tal Maiakovski. O “tal” Maiakovski se tornou pra mim um dos maiores poetas que eu vim a ter conhecimento. Esse russo, fundador da geração futurista, tem uma forma de escrita simples, de aspecto casual, criando termos novos e exagerando em alguns outros. Foi bolchevique, foi preso, fundou o jornal “frente de esquerda” e se suicidou em 1930.

Após a revolução de 1917, Maiakovski passou a contribuir com o governo, em lemas, cartazes e desenhos sobre a revolução. Escreveu peças de teatro e roteiros para cinema. Era um artista completo, revolucionário tanto em palavras, quanto em caráter.

Um de seus poemas mais famosos:

A PLENOS PULMÕES

(Trecho final)

Camarada vida,
vamos,
para diante,
galopemos
pelo quinqüênio afora.
Os versos
para mim
não deram rublos,
nem mobílias
de madeiras caras.
Uma camisa
lavada e clara,
e basta, —
para mim é tudo.
Ao
Comitê Central
do futuro
ofuscante,
sobre a malta
dos vates
velhacos e falsários
apresento
em lugar
do registro partidário
todos
os cem tomos
dos meus livros militantes.

2 Comentario para Domingo Literário – Maiakovski, a pedra atirada.

Anônimo
1 de março de 2009 às 17:59

Nossa Renan, muito boa a dica literária desse domingo! E esse poema do Eduardo Alves da Costa ("No Caminho, com Maiakóvski) é maravilhoso. O trecho que mais gosto:

"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."

Parabéns Renan! Só a arte, nos dias atuais, consegue embelezar o mundo!

Anônimo
2 de março de 2009 às 09:58

*Ney Arruda*
Especial para o Diário de Cuiabá

O carnaval 2009 veio cheio de promessas. Convidei todos que pude. Éramos
vários amigos no Clube Feminino. O sábado gordo carnavalesco seria celebrado
com os conjuntos ‘roquenrou’ daquela noite. O folder de divulgação do Grito
Rock estampava solenemente. Seis dias, 60 bandas, cerveja gelada e shows
alucinantes. Pois, o primeiro delírio já foi à entrada: sem direito a meio
ingresso para estudante.

O som estridente irritava o pavilhão auditivo dos mais sensíveis. No palco,
quando chegamos estava uma banda meio estranha. Cujo vocalista seminu exibia
uma enorme prótese peniana de borracha. Coitado, desafinava tristemente. E o
seu balangandã, provável parte de sua fantasia, soava de péssimo gosto para
a platéia.

Bom, depois da terceira latinha da famigerada “Sol”. Fui ao toalete. Qual
minha surpresa quando percebi que eu era o último de uma fila de 10 caras.
Também? Era um vaso único para satisfazer as necessidades fisiológicas de
uma clientela masculina estimada em 350 foliões. Que dirá o que acontecia no
banheiro das mulheres...? Aí não teve jeito. Convoquei a turma para usarmos
o banheiro de baixo após as escadeiras no andar térreo. Nisso, o “leão de
chácara” de plantão disse: “Se sair, não volta mais!”. De repente, caiu a
ficha de que não havia possibilidade de as pessoas circularem livremente
pelos recintos do Clube Feminino. Bah! Quer saber? Fomos embora! O baile
popular do Largo da Mandioca estava ainda animado e podíamos caminhar com
liberdade.

Na segunda de carnaval não consegui convencer mais ninguém a irmos ao Grito
Rock. Bem que tentei. Sou fã incondicional de música ao vivo no palco. Foi
aí que rolou a idéia coletiva de irmos a um outro lugar, o Clube de Esquina.
Lá a Sixtons arrasou com a cara da galera. O melhor rock cover de Cuiabá
trouxe suas maravilhosas interpretações dos ‘Rolling Stones’, ‘The Police’,
e até o blues de John Lee Hooker entre outros. Lá pela uma da madrugada
embaixo de um toró super gostoso subiu ao palco o Mandala Soul Band. Show de
performance daquele grupo. Danilo Bareiro, este sim, alucinou com sua
guitarra enfeitiçada. O Club de Esquina pegou fogo. Na porta do banheiro não
havia fila. A mulherada ensandecida dançava solta na frente do palco. A
cerveja de múltipla escolha estava geladíssima. E comemoramos também o
aniversário da querida jornalista Lidiane, editora do caderno cultural da
Folha do Estado. Moral da história: pra fazer bem feito, tem que planejar.
Nada de realizações no afogadilho. E como diria o saudoso comediante Liu
Arruda: “quem não ‘guenta’..., não faz propaganda de...”.

Ney Arruda* é professor universitário, advogado, doutorando pela Universidad
de Burgos (Espanha), estudante da arte do violino e colabora com o DC
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