Posted by Maximiliano Merege Categories: Marcadores: , , , , , ,

É comum quando se fala em THE POGUES, associar de cara à figura bizarra do vocalista Shane McGowan, cuja imagem parece se sobrepôr ao talento, principalmente em um mundo forjado sobre as aparências.

Sim, nos anos 80 e 90, muito tempo antes da Amy Winehouse aparecer, o cara já bagunçava o coreto pelas ruas de Londres, e infelizmente, além de ser lembrado como o sujeito mais feio da face da Terra (se cara tiver 6 dentes na boca, ainda é muito!), ele também se notabilizou como o pior junkie e bebum do mundo pop.

Fora esses defeitos irrefutáveis, McGowan carrega consigo a pecha de mestre do chamado etno-punk, fusão do punk-rock com a música folk, já que o próprio Shane McGowan, além de ter cantado em uma banda chamada The Nips (77-80), também crescera como um entusiasta da cultura céltica; afinal, apesar de ter nascido nos suburbios de Londres, McGowan é irlandês de pai e mãe e também foi criado na bucólica Irlanda.

Em 81, logo após o fim dos Nips, Shane se uniu a Peter "Spider" Stacy (flauta) e Jem Finer (banjo), para começar algo realmente diferente...



Feio é apelido, e um apelido bonzinho!




DEBUT



Até então, a inserção de elementos tradicionais ao punk-rock era algo muito tímido e justamente os Pogues "chutaram o pau da barraca" ao mesclarem pra valer o punk de sua formação juvenil com melodias tradicionais irlandesas, com as quais foram criados.

Em 82, a banda que a princípio se chamava Pogue Mahone, já fazia suas primeiras apresentações pelos pubs londrinos. Outros 3 membros somavam-se então ao conjunto: James Fearnley (acordeão), Cait O'Riordan (baixo) e Andrew Ranken (bateria).

Gravaram um single por conta própria, em 83, e em seguida abriram shows do The Clash. No ano seguinte, ganharam atenção especial, apareceram na BBC e em outubro lançaram o disco "Red Roses for Me" pela Stiff Records, uma gravadora que, aliás, estava com os dois pés na bancarrota.

Mudando um pouco de ares, a banda pode contar ainda com a entrada do guitarrista Philip Chevron e com a força do músico Elvis Costello para produção do disco "Rum, Sodomy & Lash", cujo título se referia a um suposto e polêmico comentário de Winston Churchill acerca da marinha britânica na Segunda Guerra. Destaque para "The Old Main Drag" e "The Sick Bed of Cúchulainn", que revelaram o lado mais poético de Shane, e releituras condignas para "And the Band Played Waltzing Matilda" (Eric Bogle) e a clássica "Dirty Old Town" (Ewan MacColl).

Em 86, lançam apenas um EP de 4 faixas chamado "Poguetry in Motion". A baixista Cait O'Riordan deixa a banda para se casar com Elvis Costello, entrando para seu lugar Darryl Hunt e o multi-instrumentista Terry Woods.





FAIRYTALE OF NEW YORK




Já com tudo em cima, a banda grava dois discos que figurariam por um bom tempo no top 5 das paradas britânicas: "If I Should Fall from Grace with God" (88) e "Peace and Love" (89).

Do disco de 88 vem o single "Fairytale of New York", clássico natalino com a participação da cantora Kirsty MacColl, que por conta de alguns versos tidos por "desbocados" pela conservadora sociedade britânica, deu muito o que falar nos últimos 20 anos.



Kirsty MacColl & The Pogues



Em 91, após gravarem "Hell's Ditch" e às tampas com o comportamento de Shane, a banda deu um jeito de tirá-lo da jogada. Quem acabou segurando as pontas nos vocais foi o eterno Clash e também produtor da trupe, Joe Strummer.

Tão logo Strummer saiu, os Pogues remanescentes gravaram e lançaram "Waiting for Herb", que continha o bem sucedido single "Tuesday Morning".

Em meio às constantes entradas e saídas de integrantes, a banda já não via a hora de acabar. Assim, em 96, entoa o seu "canto do cisne" com o disco “Pogue Mahone”, que apesar de ser um bom disco, demonstra-se um fracasso nas vendas quando do seu lançamento, o que foi um tiro de misericódia para a banda.

Um detalhe curioso é que há pouco tempo, a música “Love You 'Till The End", do mesmo disco “Pogue Mahone”, foi o tema de amor no filme baba “P.S. I Love You”, cantada em dueto por Hillary Swank e Gerard Butler, em uma trilha também contou com "Fairytale of New York".


"Love you 'till the end ..."



PELAS ADJASCÊNCIAS DO OFÍCIO


Mal acabaram os Pogues, seus remanescentes continuaram tocando sob os nomes de The Wisemen e The Vendettas. Shane criou uma banda chamada Shane McGowan & The Popes e que teve até participações de Sinnead O'Connor nos vocais e de Johnny Dep na guitarra.



A VOLTA


Brixton, Dezembro de 2004



O "intervalo" só durou 5 anos, até a volta da banda - com sua formação clássica - em 2001 para um especial de Natal. A coisa deu tão certo que tours e shows ao redor do mundo passaram a ser agendados.

Para cada apresentação, têm conseguido esgotar a lotação de onde quer que toquem. Isso tem sido uma constante na vida da banda por esses últimos 7 anos. Ainda não vieram tocar no Brasil.


++++++++++++++++++++++++++++++


Max Merege, além de ser um inveterado curtidor de rock e dedicado pesquisador musical de Cuiabá, também é publicitário e, certamente, um sujeito bem mais bonito que o Shane McGowan.



21 de Dezembro de 2008
Caderno FOLHA 3
Jornal FOLHA DO ESTADO
Cuiaba - Mato Grosso

1 Comentario para ENROLANDO O ROCK: THE POGUES

16 de janeiro de 2009 às 02:18

mAgs, zeu bebunnnnnnnnnnnnnnnn!!!!!!!!!!!!!!!!!

uizzzzzzzzzzzzzque!

Materias

Comentarios

Sponsors